Histórico

EMEB Professora Francisca Figueiredo Arruda Martins

A EMEB Prof.ª Francisca Figueiredo Arruda Martins surgiu como Centro de Atendimento Integrado à Criança – CAIC ELDORADO e teve o término da construção em dezembro de 1996, sendo inaugurada nesta mesma época, com a finalidade de proporcionar ações voltadas para o desenvolvimento de suas potencialidades, bem como garantir uma educação integral para a melhoria da qualidade de vida e inserção no processo coletivo de transformação social, visando o desenvolvimento da cidadania plena.

As instalações do CAIC chamavam a atenção pela sua arquitetura ampla e diferenciada, onde estava contemplada a creche, parque infantil, escola com 12 salas de aula, biblioteca, laboratório, anfiteatro, teatro de arena, quadra poliesportiva, vestiário, gabinete odontológico, salas para cursos profissionalizantes, local para horta, cozinha industrial completa com refeitório, banheiros e sala de reuniões.

A escola CAIC se tornou ponto de referência no bairro Jardim Eldorado e bairros adjacentes pelo atendimento diferenciado que proporcionava a sua comunidade.

O bairro

O bairro Jardim Eldorado surgiu do sonho de pessoas que queriam um pedaço de chão para morar, a ocupação deu-se no dia 15 de maio de 1991 à margem direita da Avenida dos Trabalhadores, local que era reservado pela liderança do bairro Sol Nascente à sua extensão.

Nos primeiros dias de ocupação houve conflito entre a liderança do bairro Sol Nascente com o recém ocupante da nova área, devido a divisão de lotes que mediam 10m x 20m, com 311 lotes. Como solução aos conflitos, os recém ocupantes decidiram no dia 25 de maio que não aceitariam pertencer ao bairro Sol Nascente e sim criar um novo bairro com o nome Jardim Eldorado.

Os ocupantes elegeram uma comissão provisória a qual somaram alguns vereadores e deputados par a acelerar as negociações de regulamentação da área ocupada com a PRODECAP.

Competia-lhes, além de adiantar a regularização, fomentar a organização interna e distribuir lotes aos que mais necessitassem.

Organizou-se estrategicamente uma mesa de denúncia no meio da área ocupada e utilizaram o seguinte critério: aquele que denunciasse pessoas que já tinham casas em outro bairro ganhava o lote que fora denunciado.

Cabia-lhes também a tarefa de organizar ruas, espaço para lazer, construção do centro comunitário e reservar lugar para escola.

Simultaneamente ocorreram discussões que envolveram toda a população. Tal processo se deu quando era necessário tomar alguma decisão junto aos poderes públicos, na luta pela água, luz, esgoto e alimentos recolhidos nas feiras de Cuiabá.

Embora a luta pela ocupação do terreno tivesse terminado, o sonho continua no sentido de melhorar o bairro, dar condições coletivas de sobrevivência a toda a população ali residente.

EMEB

No ano de 1997 a escola foi denominada de EMEB. Prof.ª Francisca Figueiredo de Arruda Martins em homenagem à avó do ex-Governador Dante Martins de Oliveira pelos seus relevantes serviços prestados à educação.

Biografia da Patrona

Francisca Figueiredo de Arruda Martins, nasceu na cidade de Cuiabá, na Rua Nova, atual Avenida Dom Aquino, no dia 11 de fevereiro de 1896. De uma família pobre de onze irmãos, descendente d o veterano da guerra do Paraguai, Sr José da Paixão de Figueiredo Falcão e da dona de casa Maria Conceição de Figueiredo.

Formou-se em 1913, após ter estudado três anos no asilo Santa Rita, instituição gerenciada pelas Irmãs Salesianas, espaço este onde aprendeu a bordar e tocar piano. Matriculando-se no terceiro ano do grupo escolar, onde teve com o professores Alzira Valladares; Almira Mendonça; Leovegildo de Melo; Aníbal de Toledo dentre outros, porém segundo a mesma, o professor que lhe deixou saudades foi Amarílio Novis, pela forma carinhosa que a tratava.

Chiquinha encontrou muitas dificuldades em sua vida profissional, uma delas era o fato de ter que conciliar as atividades de mãe e educadora, uma vez que o marido estava sempre a trabalho na fazenda e, só nas férias é que desfrutava o convívio da família. Apesar das dificuldades viveu uma vida dedicada à família e aos amigos. Diferente de hoje, naquela época, não havia licenças de espécie alguma, posteriormente que veio esta concessão. Em compensação teve o apoio da sogra e de uma cunhada que muito lhe auxiliou nos cuidados e na educação do s filhos: Maria Benedita; José Figueiredo; João Batista; Therezinha de Jesus e Luiz Leônidas.

Devotada ao trabalho, Chiquinha batalhou firme por trinta e seis anos, trabalhando mesmo quando se encontrava num quadro de maleita e com febre altíssima, faltando ao trabalho um dia por recomendações médicas.

Aposentou-se em 1953. Chiquinha imaginou que teria tempo para cuidar da saúde e ter certo descanso, enganou-se foi para a vassoura e fogão pois o salário era muito baixo, não dava para ter empregada doméstica.

Segundo, Maria Benedita, filha mais velha, nunca a viu queixando ou reclamando da vida. Dona de uma memória histórica invejável, vez ou outra comentava com detalhes situações vivencia da em seu passado que os filhos e netos jamais imaginariam que ela recordasse.

Mulher crítica, e ousada para sua época. Não permitia abusos de estudantes, colegas de trabalho (diretor), ou mesmo de governante. Argumentava claramente sua insatisfação e propunha mudanças.

Avó do governador Dante Martins de Oliveira e outras figuras ilustres do nosso Estado, poderíamos afirmar sem margem de dúvida que a mola propulsora da criticidade política da família teve forte influência com a professora Chiquinha. Faleceu na Avenida Floria no Peixoto, em 27 de novembro de 1994, nesta capital, próximo de completar 99 anos.